13 de set. de 2007

Das profundezas do calor sem fim...

Em uma das minhas divagantes conversas sobre o ser, o nada, o amor, o calor, a razão e a emoção, recebi como resposta de uma amiga muy latina, prestes a subir ao altar, os bullets abaixo.
A origem não poderia ser outra: Lispector, Clarice Lispector.
Essa sensibilidade que nasce do âmago da alma e carrega sofreguidão, saudade, desejo e entrega soou-me como um caloroso tapa na cara. Por que privar-me do agora?
Compartilho. Seria egocentrismo e imaturidade excessiva guardar só pra mim o que todas nós, sem qualquer exceção, vive, sente, sonha...
"Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar."
"... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que, insatisfeita, foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteiro, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."
"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
E, pra fechar, tem o TM (vocês conhecem o Teatro Mágico?) que diz que a "razão é uma equação de matemática, perde a prática de sermos um pouco mais de nós".
Hasta, Evita.

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