4 de out. de 2007

estréia, frufru, café com leite

Finalmente estréio no blog mais amado. Passei um tempinho viajando sozinha, física e mentalmente. Passar 20 dias sozinha... Claro, encontrando pessoas e conversando com gente do mundo todo em algum momento do dia, mas a maior parte do tempo sozinha.

Engraçado como o cérebro dá voltas. Começava um dia pensando uma coisa e no final do dia mudava de opinião. Elaborava teorias inteiras sobre o que estava observando, e às vezes alguma coisa mal resolvida da vida me assombrava como numa rajada de vento numa janela de vidro. Quando se está sozinha vem aquela sensação tenebrosa de tudo depende de você mesmo e que num país distante ninguém vai ligar se você desaparecer. Por outro lado a liberdade de poder passar 3 horas olhando roupas sem ninguém censurar, se fazer de louca e sair cantando desafinadamente no meio da rua, e andar com o cabelo a lá Maria Bethânia. Aquela sensação de “ninguém nunca mais vai te ver” é muito interessante para libertar vontades bobas e profundas e ao mesmo tempo ver que vivo fazendo tempestade em copo d´água e me contendo em coisas tão simples. Eu preciso decorar mais músicas.

***
Há quatro meses encontrei pela segunda vez, alguém que tive a oportunidade de conhecer dois anos antes. Foi um reencontro de duas pessoas que estavam precisando muito uma da outra.

Acredito que o dia que a gente descobre a razão do gostar de uma pessoa é porque já não gosta mais, e sigo não sabendo porque gosto dele. Viajei deixando ele aqui. Um aperto o coração, uma vontade de dividir as coisas com ele e de ter um celular ilimitado para ligar o tempo todo.


Também dá um medinho de fraquejar e se entregar a uma aventura internacional. A paisagens românticas, as línguas estrangeiras, enfim, a sedução pelo desconhecido.

Na cidade do romance o desconhecido falava inglês e era professor de literatura da terra do Bono. Disse que já tinha lido as 1000 páginas do Ulisses, de James Joyce. Sob a sombra do souvenir mais conhecido do mundo, conversa foi, conversa veio, assim como os copos de vinho. Os brindes a mais, a vergonha de menos. Os elogios, um toque rápido, mas que na versão européia continua como sendo só um elogio porque não ultrapassa a barreira que acaba na boca.


Os sopros de inverno me ajudavam a voltar para realidade, como pequenas mensagens do anginho que mora no ombro direito. No final foi platônico. Como um cartão postal animado de Paris. Um tapinha pra cima no ego. Numa cidade cheia de frufru, que misto quente chama Croque Monsier, pensei no prazer das coisas simples, como acordar junto, ficar curtindo a preguiça matinal e depois pedir uma média e um pão na chapa em bom português na padaria mais próxima. O café da Europa é ruim.

Lola

Um comentário:

Unknown disse...

E tem hora que a gente descobre que felicidade é acordar com preguiça e dar um beijo no espelho.
Frida